A História do Paço
DA CASA DE BRAGANÇA À FAMÍLIA ALPUIM – 500 ANOS DE HISTÓRIA
A Quinta do Paço d’Anha situa-se nas históricas “Terras de Neiva” entre os rios Lima e Neiva, que pertenceram ao Rei D. João I, que reinou em Portugal de 1385 a 1433. Quando em 1401, o seu filho D. Afonso casou com D. Brites, recebeu como dote de noivado as “Terras de Neiva e Darque”. Mais tarde, D. Afonso, já 8º Conde de Barcelos, foi feito 1º Duque de Bragança pelo Rei, passando, por essa razão, as “Terras de Neiva e Darque” a fazer parte do património da Casa de Bragança. É por isso que, dentro da Quinta, se podem encontrar as armas dos Duques de Bragança em três marcos que dividiam as freguesias de Anha e Darque.
Por volta de 1503, o 4º Duque de Bragança, D. Jaime, era o senhor destas terras quando Vicente Ferreira, criado da casa ducal, casou com uma das damas da duquesa e recebeu a Quinta de Anha como dote. Assim, começou o processo que define o atual estatuto do Paço d’Anha.
Em 1580, quando António Gonçalves Cabeças era o senhor da Quinta, Portugal vivia uma crise sucessória. D. António, Prior do Crato, foi aclamado Rei de Portugal em Santarém e, a 8 de agosto, pelo Senado de Viana. A 25 de agosto, foi derrotado na batalha de Alcântara e fugiu para o Norte, onde a população local o acolheu. Esteve no Paço d’Anha cerca de 20 dias, sendo aí recebido com grandes honras, razão pela qual a casa passou a ser conhecida como Paço d’Anha, “Paço” significando o palácio de um rei.
Nessa altura, Maria Ferreira – filha de António Gonçalves Cabeças e tetraneta de Vicente Ferreira a quem a Quinta de Anha tinha sido doada – casou com Miguel d’Agorreta, passando a propriedade para a família Agorreta e estabelecendo ligações históricas com os atuais proprietários do Paço de Anha. Em 1861, um descendente deste casal, Cândido d’Agorreta Pereira de Miranda, casou com Maria Augusta de Sá Coutinho, e a filha deles, Maria Augusta d’Agorreta de Sá Coutinho casou com José de Alpuim da Silva e Sousa Meneses em 1884. Através deste casamento, a propriedade passou para a posse da família Alpuim.